O afeto por animais faz parte da vida da maioria das pessoas. Quem tem ou já teve um bichinho de estimação muito querido sabe o real valor dessa experiência. Não é à toa que o livro “Marley e Eu”, de John Grogan, emocionou milhares de pessoas e virou best-seller com direito a uma adaptação de sucesso para o cinema.
Animais de estimação, por sua vez, também se mostram afetuosos – principalmente os cachorros, os preferidos. Em geral, os pets correspondem à atenção a eles dedicada. Podem ser brincalhões, divertidos, graciosos, gostosos de afagar e abraçar, fiéis, protetores... Todas essas características tornam animais de estimação um alvo fácil de atenção e diversão, encorajando pessoas a desenvolverem um vínculo afetivo com eles. “Gostar de animais é natural e remonta a nossa ancestralidade. Porém, como qualquer tipo de relacionamento, é legal enquanto for equilibrado”, comenta o psiquiatra Guido Boabaid May, de Santa Catarina.
Tratar pets como pessoas pode ser inadequado quando implica prejuízos às atividades do dono, aos seus relacionamentos familiares e sociais, ao seu lazer ou ao seu bolso. “Embora alguns pets ‘pareçam humanos’, como costumam dizer seus donos, eles não são. E as necessidades de humanos devem ter prioridade sobre a necessidade de seus pets”, destaca a psicóloga Ana Maria M. Serra, diretora-fundadora do Instituto de Terapia Cognitiva (ITC) e presidente-honorária da Associação Brasileira de Psicoterapia Cognitiva (ABPC).
Ela argumenta, ainda, que sob a perspectiva dos animais tampouco é saudável tratá-los como humanos. “O animal, por mais ‘humano’ que possa parecer, tem necessidades próprias de liberdade, independência e atividade física. Ele necessita ter espaço para exercer os instintos com os quais foi naturalmente dotado, como farejar, vigiar, latir (no caso dos cães) e brincar com outros pets como forma de comunicação e de expressão emocional. Manter pets vestidos, perfumados, dentro de ambientes fechados e exigir deles um comportamento quase humano poderá prejudicar sua existência, seu desenvolvimento e sua saúde física e emocional”, salienta.
Julio Peres, psicólogo clínico e doutor em neurociências e comportamento pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), sustentam que a relação com um animal de estimação nunca será uma relação de igualdade como a que se pode estabelecer entre os seres humanos. “O dono exerce poder sobre o animal e está hierarquicamente acima dele. O animal, por sua vez, tende a absorver as regras que o dono, que o alimenta, impõe. O apego e o mimo demasiados podem prejudicar o animal e encobrir deficiências no relacionamento interpessoal dos donos, que poderiam tratar suas dificuldades entre os humanos, assim como com psicoterapia. O animal também sofre assumindo comportamentos neuróticos e ansiosos transmitidos pelo dono em sua relação patológica”, afirma.
Comportamento exagerado
Tosa
Uso excessivo dos serviços de grooming (tosa) pode prejudicar a saúde dos bichinhos;
Roupas e acessórios
Vestir os pets com roupas que tolhem sua liberdade podem causar lesões e afecções dermatológicas e de pelagem. Cosméticos, perfumes e banhos excessivos podem prejudicar o faro do animal;
Pet shop
Visitas frequentes aos pets shops podem representar um risco de contaminação
Dependência
Dependência em relação aos pets, em prejuízo de outras atividades de lazer;
Isolamento social
Preferência pela companhia dos pets em detrimento das relações familiares e sociais, o que pode facilitar o isolamento social;
Exageros
Muitas pessoas acabam extrapolando nos cuidados e zelos. “Há pessoas que nunca colocam o animal no chão e os carregam no colo direto. Há pessoas que se alimentam com o animal em cima da mesa comendo até no mesmo prato, há pessoas que não fazem absolutamente nenhuma atividade social para não se desgrudarem do seu animal”, exemplifica Carla Alice Berl, diretora do Hospital Veterinário Pet Care, de São Paulo.
Para Carla Berl, quem tem esse tipo de atitude não poupa o bichinho da solidão, e sim o prejudica. “O animal fica mal acostumado, literalmente falando. Quando o dono nunca se ausentou e uma hora o faz, abre espaço para o surgimento de um problema chamado síndrome da ausência do dono. O animal toma várias atitudes psicóticas e sofre. O ideal é sempre deixá-lo um pouco sozinho. E conviver com outras pessoas faz bem a ele, que se acostuma naturalmente a estas condições”, explica.
FONTE: estilo.uol.com.br
Conheço casais que estão em crise, e um dos motivos são os animais de estimação, que vivem dentro de casa, dormem na mesma cama junto com o casal (sujeito a contrair doenças se o mesmo ficar próximo às partes intima), faz as necessidades nos cômodos da casa, onde o casal for tem que leva-los, se tornando refém de seus animais de estimação. Deixam às vezes de dar a atenção ao cônjuge por dar mais atenção aos animais, deixam as vezes de estar com parentes e amigos porque não podem levar os pets.
Se pensarmos bem, estão escondendo ou reprimindo problemas em seu relacionamento. Em vez de o casal tentar resolver o problema no relacionamento com uma conversa, com alguma mudança, com o olho no olho, começam a deixar de lado o cônjuge e dar total atenção aos animais. Isso só prejudicará o relacionamento.
Fora alguns casais que conheço que gastam uma fortuna com os bichinhos, banho, tosa, hotel, ração, remédios, castração, roupinhas, acessórios, etc... São tratados melhores que algumas crianças.
Por isso,tire um tempo só para o casal (humanos) saiam juntos, conversem, viajem, passeiem, curtam a vida juntos, priorize seu casamento. Sobre os cachorros, gatos, papagaios, peixes, etc... , não sou contra, mas tudo tem seu limite, cada um tem seu devido lugar e tratamento, deixe os animais serem felizes também em seu mundo.