Antes perdíamos filhos nos rios, nos matos, no quintal, hoje eles estão perdidos dentro do quarto!
Quando brincavam nos quintais ouvíamos suas vozes, escutávamos suas fantasias e ao ouvi-los, mesmo a distância, sabíamos o que se passava em suas mentes.
Quando entravam em casa não existia uma TV em cada quarto, nem dispositivos eletrônicos em suas mãos.
Hoje não escutamos suas vozes, não ouvimos seus pensamentos e fantasias, as crianças estão ali, dentro de seus quartos, e por isso pensamos estarem em segurança. Quanta imaturidade a nossa.
Agora ficam com seus fones de ouvido, trancados em seus mundos, construindo seus saberes sem que saibamos o que é...
Perdem literalmente a vida, ainda vivos em corpos, mas mortos em seus relacionamentos com seus pais, fechados num mundo global de tanta informação e estímulos, de modismos passageiros, que em nada contribuem para formação de crianças seguras e fortes para tomarem decisões moralmente corretas e de acordo com seus valores familiares.
Dentro de seus quartos perdemos os filhos, pois não sabem nem mais quem é ou os que pensam suas famílias, já estão mortos de sua identidade familiar...
Se tornam uma mistura de tudo aquilo pelo qual eles têm sido influenciados e pais nem sempre já sabem o que seus filhos são.
Você hoje pode ler esse texto e amar, mandar para os amigos.
Pode enxergar nele verdades e refletir. Tudo isso será excelente.
Exemplo tive esse mês, dentro de minha família. Estávamos passando uns dias na casa de parentes em outro estado e ao sair de lá trouxe meu primo para passar uns dias aqui em São Paulo. Ele tem 13 anos de idade, em sua casa, dorme a hora que quer, 2:00 ou 3:00 da madrugada, acorda a hora que quer 12:00, 13:00, vive em seu mundo, no meio da família, de pessoas ao seu lado, mas solitário. Vive o dia inteiro no celular, televisão, assistindo, jogando, etc, não convive com os amigos na rua.
Chegando em casa, nos primeiros dias estava a vontade, dormindo muito tarde. Como tenho por costume de colocar nossos filhos para dormirem as 21:00, verifiquei essa situação e pensei que tinha que mudar. As 21:00 cortava a internet, e colocava todos eles para dormirem. Fiquei sabendo que ele mesmo assim tinha dificuldade de dormir.
Outro dia, estávamos com um casal de amigos nos visitando ( Jefferson e Thais), e conversa vai conversa vem lembrei-me de meus filhos e de meu primo. Procurei-os e encontrei dentro do quarto escuro, o primo debaixo de um edredom (no calor que estava) ligado no celular, meu filho atrás da porta, ligado no celular, e minha filhinha na sala, ligada no celular, meu Deus, estava contaminando meus filhos com essa mania. Tirei-os de lá urgentemente.
A que ponto chegou??? Não podemos deixar que nossos filhos cheguem a esse ponto estremo, pois fica muito difícil de reverter. Estipule regras, você é o comandante da casa, seus filhos estão ao seu comando.
Convido você a tirar seu filho do quarto, do tablet, do celular, da televisão, do computador, do fone de ouvido, convido você a comprar jogos de mesa, tabuleiros e ter filhos na sala, ao seu lado por no mínimo dois dias estabelecidos na sua semana à noite.
Faça desenhos com eles, fica juntinho deles, de vez em quando coloque-os para dormir junto de vocês (só de vez em quando), tire um momento para conversar, só você e eles.
E jogue, divirta-se com eles, escute as vozes, as falas, os pensamentos e tenha a grandes oportunidades de tê-los vivos, "dando trabalho" e que eles aprendam a viver em família, se sintam pertencentes no lar para que não precisem se aventurar nessas brincadeiras malucas para se sentirem alguém ou terem um pouco de adrenalina que antes tinham com as brincadeiras no quintal !"